sexta-feira, 8 de julho de 2016

Reintrodução de papagaio extinto em SC recebe prêmio

Biodiversidade

Papagaio-de-peito-roxo foi considerado extinto em 2009. De 2010 pra cá, 83 espécimes foram soltos e são monitorados na região
por Portal BrasilPublicado06/07/2016 11h56Última modificação06/07/2016 15h16
Foto: Instituto Espaço Silvestre/DivulgaçãoDas 83 aves soltas, foram 13 em janeiro de 2011, 30 em setembro de 2012, 33 em junho de 2015 e 7 em março de 2016
Das 83 aves soltas, foram 13 em janeiro de 2011, 30 em setembro de 2012, 33 em junho de 2015 e 7 em março de 2016
O projeto de reintrodução do papagaio-de-peito-roxo no Parque Nacional das Araucárias, no oeste de Santa Catarina, foi selecionado pelo Premio Latinoamérica Verde como um dos 50 melhores projetos socioambientais da América Latina na categoria Biodiversidade e Fauna. Ao todo, foram analisados 1.407 casos de 25 países e 513 cidades.
Realizado em parceria com o Instituto Espaço Silvestre, o projeto é responsável pela preparação, soltura e monitoramento de 83 papagaios-de-peito-roxo no interior do parque, administrado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), nos municípios de Ponte Serrado e Passos Maia.
A espécie, que foi extinta do local devido às ações humanas, hoje é protegida pelas ações do projeto. Além de estudos científicos sobre a variabilidade genética dos papagaios reintroduzidos no parque, são realizadas atividades de educação ambiental e de geração de trabalho e renda em mais de 15 comunidades no entorno da unidade de conservação (UC), em Itajaí e em Florianópolis.
Análises genéticas
No momento, estão em andamento análises genéticas dos papagaios-de-peito-roxo reintroduzidos no parque. O estudo da genética das populações, segundo os pesquisadores, ajuda na reprodução em cativeiro – escolhendo o melhor parceiro genético para reprodução, por exemplo – e  permite uma maior variabilidade genética (os indivíduos precisam ser diferentes geneticamente).
As análises estão sendo realizadas na Universidade Estadual Paulista (Unesp), Campus de Botucatu, com financiamento da Fundação Grupo Boticário pela bióloga Flavia Torres Presti e pela estudante de biologia Paula Akkawi de Freitas. No momento, todas as amostras já foram recebidas e estão sendo processadas para posterior análise. O DNA de cada indivíduo já foi obtido e, agora, estão sendo estudadas as porções do material genético (DNA) que irão auxiliar na obtenção das respostas desejadas no estudo.
Geração de trabalho e renda
Iniciado em 2013, um projeto de geração de trabalho e renda agregado aos papagaios em vida livre, por meio da criação de peças artesanais com o tema "papagaio-de-peito-roxo e araucária", gerando assim uma oportunidade de trabalho e renda extra para as mulheres que vivem no entorno no Parque Nacional das Araucárias.
O grupo do município de Passos Maia, conhecido como "Amigas dos Roxinhos", produz camisetas, aventais, bolsas, lixinhos para carro e peças variadas. Os produtos já estão disponíveis, e todo o valor é revertido para as artesãs e associações locais. 
O projeto
Até 2009, era comum se avistar grupos de papagaios-de-peito-roxo sobrevoando as matas do Parque Nacional das Araucárias. Ações humanas, como desmatamento e captura de animais para o comércio ilegal, reduziram drasticamente o número dessas aves, que levou à extinção da espécie no local.
Em 2010 o projeto de reintrodução da espécie no parque começou. Até o momento, 83 papagaios foram soltos no local, sendo 13 em janeiro de 2011, 30 em setembro de 2012, 33 em junho de 2015 e 7 em março de 2016

Postado por: Enrique de Mello Albuquerque

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